Olá pessoal!
Esse final de semana nos superamos mais uma vez! Vancouver está virando uma edição do programa "No Limite"!
Nós fizemos a trilha "Grouse Grind", que sobe a Grouse Mountain! Resumindo, pra vocês sentirem o que foi, essa trilha tem quase 3 km de subida, com 2830 degraus... sim... eu inventei de fazer isso...
Ander: Ahhh, trilhazinha barbada! Vamos láááá!
Têm algumas pessoas, que eu desconfio fortemente que são alienígenas, que fazem em meia hora todo o percurso... o recorde é 25 minutos... nós fizemos em 2:42 h :-) Bati o recorde da mais devagar! hahaha!
Ander: humm, vou ter que ir sozinho pra bater esse record, com a Jô nunca iria funcionar!
Bom, no início da trilha tem um aviso enorme dizendo que isso não é "brincadeira" pra beginners e etc e tal... mas eu pensei: "juuuuuuura, claro que eu consigo!!! Tô ótima!" E lá fomos nós...
No início, felizes, me sentindo "a" atleta!
O negócio é estilo tortura medieval... durante toda a trilha têm algumas árvores com marcações (no total são 41, eu acho... não sei, porque no final eu já não conseguia mais me concentrar nisso)... mas tu sobes, sobes e o número não aumenta nunca!
Ander: 8, 9, 10... Estamos quase lá hein Jô, falta só um pouquinho...
Sente o drama...
A trilha tem 4 marcações: 1/4, 1/2, 3/4 e o final... então te dá aquele desespero quando tu já estás quase perdendo os pulmões e te dá conta que só passou 1/4...
Bom, eu passei por 4 estágios bem definidos durante a trilha! No primeiro quarto eu quase perdi os pulmões... socorro... tava toda esbaforida, mas ainda estava consciente, hehehe!
Ander: nossa, tem um monte de gente nos passando, acho que estamos devagar...
No segundo quarto me veio aquele ódio mortal de estar vivendo aquilo... um mau humor do fundo da alma... sorte que eu não tinha mais forças, senão... hahaha... e o Ander estava suuuuuuuuuuuuper bem humorado, falando das árvores, dos esquilos, tirando fotos, blá, blá, blá... eu só conseguia mandar ele ficar quieto (ou melhor, "cala a boca!")... e quanto mais eu ficava mal humorada, mais o humor dele melhorava, óbvio! E o pior é que os canadenses, com a mania de ser sempre simpáticos, passavam por mim e sorriam... diziam palavras de incentivo e eu tinha vontade de dizer: "tá sorrindo por quê??? Te odeio!" hahaha... e tinham pessoas subindo correndo... que ódio!
Ander: Jô, olha ali que legal, um esquilinho! Olha, olha!!! Que, não quer nem saber do esquilo? Mas tu nunca viu um tão pertinho, aproveita...
No terceiro quarto eu quase tive um treco... passei mal, minha pressão baixou, fiquei pálida, me deu um frio terrível, achei que ia vomitar... um horror... eu escutava o barulho dos helicópteros (que ficam no topo da montanha pra passeios) e pensava: "tomara que sejam os paramédicos vindo me salvar!" hahaha...
Ander: Jô, tu tá bem? Tu tá meio branca... Quer comer alguma coisa? Não... tá, só não vai dormir aí hein?!
Na última parte eu só queria chorar... tinha uma criança de uns 4 anos subindo com o pai e lá pelas tantas o pequeno sentou no chão e começou a chorar, dizendo que não queria mais subir, que estava cansado... por pouco eu não fiz a mesma coisa, juro... só não fiz igual porque ainda me restava um fio de sanidade mental... mas minha vontade era de chorar de desespero!
Ander: Até o gurizinho tá ganhando de nós... sério, deve ter aprendido a caminhar ontem... Vamos que quero chegar ainda hoje lá em cima!
E no final, depois de chegar toda estrupiada, quase inconsciente, o marido olha pra mim e fala: "Mas que despreparo, hein? Da próxima vez eu não venho contigo... nem suei... nem deu pra cansar, tu ficavas parando de minuto em minuto... blá, blá, blá..."
Que próxima vez????? Tá doido??? Nunca mais me convida pra fazer essa trilha do terror! hahahaha! É nessas horas que eu me lembro porque eu odeio tanto fazer exercícios físicos...
Ander: Finalmente, 2:42. Nem precisa lavar a roupa, nem suei, que bom :)
Na chegada... "Chama a ambulância, por favor"...
Bom, mas a vista lá em cima pelo menos é linda! Mas vale mais subir de gôndola, sem stress... sem traumas!
A vista lá de cima
A minha melhor amiga: a gôndola!
Beijos!